10 setembro, 2013

A estrelinha

Após 5 anos de excelente serviço, decidi finalmente trocar o meu Smart por um carro mais espaçoso.
Muita pressão familiar ajudou claro, quando se tem três filhos e a carrinha precisa de ir à revisão, o Smart não é alternativa (eu bem tentei argumentar que os putos cabiam na bagageira à vontade, mas a minha mulher não foi na conversa) pelo que confrontado pela dura realidade, disse à minha mulher - "Se é para trocar de carro vou comprar um Mercedes!"
Após muitos risos com algum escárnio à mistura, fui directo à Peugeot, Opel e Seat. Nenhum carro me enchia as medidas. Os que cabiam no orçamento não cabiam os miúdos, aqueles em que cabiam os míudos não cabia o orçamento.
Já em desespero e com a venda do Smart a poucos dias de distância, lá tive de me resignar à ideia de andar de comboio.
No dia em que entreguei o Smart ao novo dono ele perguntou-me o que ia eu comprar, lá acabei por confessar que andava a pensar num Maserati Quattroporte, mas o stand recusava-se a aceitar pagamento a 360 meses.
E é neste momento de grande aflição pessoal que o senhor me sugere fazer o mesmo que ele, o que me deixou seriamente confuso, porque haveria eu de comprar um Smart se estava a vender um?
Após algumas explicações fez-se luz, o que ele sugeria era que eu comprasse um veículo em segunda mão.
Chegando a casa e de computador à mão, iniciei a minha pesquisa:

    Marca - Ferrari
    Preço - < 10.000€
  
    0 resultados
  
Bem, foi uma boa tentativa...

    Marca - Porsche
    Preço - < 10.000€
  
    1 resultado
  
Ena, é desta pensei eu. Um clique depois surge a fotografia do destroço de um Porsche... Hummm, se calhar não é assim tão fácil pensei eu.
Acabei por ver uma lista mais realista de carros a excelente preço, mas houve um que se salientou. Dado que o preço era bom demais para ser verdade, acabei por ir ver o carro pessoalmente, fiquei convencido e comprei-o de imediato.
O carro realmente estava a um preço bom demais para ser verdade, passados poucos dias fiquei sem bateria, depois voltei a ficar e à terceira vez lá fui com o vendedor à Mercedes fazer um diagnóstico.
Resultado, é necessário um rádio novo dado que o actual consome a bateria permanentemente. Preço do rádio na Mercedes, 900€ pela versão base (mas oferecem a instalação),  hora de accionar a garantia pensei eu, infelizmente a garantia não cobre o rádio do carro. Uma viagem a um dos gigantes da electrónica de consumo e eis que tenho um carro como novo com um rádio que funciona.
O vendedor estava a par do problema? Acho que sim, podia não saber a origem do mesmo mas de certeza que sabia que a bateria descarregava, daí o preço atractivo, daí a pressa em vender e entregar o carro.
Tive sorte, foi um problema menor e acabei por ficar com um excelente carro a um excelente preço, mas podia ter sido um problema mais grave e ter ficado a arder com centenas ou mesmo milhares de euros gastos em reparações à componente eléctrica do carro.
Eu li a garantia e sabia que não cobria a parte eléctrica, daí ter confirmado que todos os componentes eléctricos do carro funcionavam sem problemas, mas nunca me lembrei de testar o consumo da mesma com o carro desligado.
Lembrem-se, nunca confiem em vendedores.