18 agosto, 2008

A idade dos porquês...

Pois é, o meu filho atingiu a idade dos porquês a Mach 3, sem pausas nem interrupções. Assim que começa a primeira pergunta, tenho de me preparar para 30 minutos de interrogatório seguido, digno de uma qualquer Stasi ou KGB.
Vamos por exemplos. Estamos a passear a está um aspersor a regar a relva.

Filho: Pai, está a chover?
Pai: (Na minha ignorância) Não, filho, a relva está a ser regada.
F: Porquê?
P: Porque precisa de água.
F: Porquê?
P: Porque é um ser vivo e tem sede como tu.
F: Porquê?
P: (Tentanto dar a volta) Pela mesma razão que tu tens sede.
F: Porquê?

Agora havia duas soluções, tendo em conta a falta de paciência que nos atinge. Um crente numa religião qualquer diria "Porque [Inserir Entidade Religiosa Aqui] assim o quis".
E pronto. Estava respondido, com o apoio de [IERA].

Os Ateus como eu, têm a vida mais difícil, temos de arranjar explicações cientifícas de forma a não estupidificar a criança. Seria muito simples dizer "Porque temos uma esponja dentro de nós que precisa de água". Mas queremos mesmo que o nosso filho acredite em esponjas dentro do corpo?
Claro que explicar toda o ciclo da água, a interacção com as células, etc, a uma criança de 3 anos está fora de questão.
Que resta? Ter paciência e ir dando respostas correctas, não demasiado complexas até a criança se fartar...
Em resumo, os pais Ateus sofrem, era muito mais fácil acreditar numa qualquer divindade.