Trabalhar em informática é algo de frustrante por vezes. Por um lado é raro alguém fora do meio, compreender exactamente o que fazemos, quando dizemos ser um Consultor Informático ou Gestor de Projectos Informáticos, a primeira coisa que nos dizem usualmente é :
Por outro lado, temos o próprio trabalho em si, que nos leva à loucura...
Ora bem, para poder explicar como se processa o desenvolvimento de uma aplicação, na típica empresa informática, decidi fazer a analogia com a construção civil. Assim, em vez de software, vamos fazer de conta que estamos a construir uma pequena habitação familiar.
Fase 1 : Análise de requisitos e definição do orçamento.
Nesta fase, o cliente reune-se com o fornecedor e diz o que pretende. Neste exemplo, vamos assumir o seguinte diálogo:
Cliente : Quero uma casa com 4 quartos, uma sala de estar, cozinha e duas casas de banho.
Empresa : Muito bem, precisamos de 1 arquitecto para o desenho, 1 engenheiro para a estrutura, 1 chefe de obra, 6 pedreiros experientes e 2 trolhas. Fica-lhe em 200.000€ e demora 8 meses.
Cliente : Oito meses? Tem de estar pronto em seis, porque preciso de me mudar e duzentos mil??? Nem pensar, vou a outro lado, como é que justifica tanto dinheiro?
Empresa : Bem, podemos tentar diminuir os custos, eu vou falar na empresa e já lhe digo qualquer coisa.
Empresa : Epá, precisamos de reduzir os custos duma casa de 5 assoalhadas, não podemos cortar no pessoal?
Gestor : Humm, fazemos assim, o engenheiro faz o desenho e a estrutura, colocamos um chefe de obra, 2 pedreiros experientes e contratamos por fora 4 trolhas, assim reduzimos para 150.000€.
O cliente aceita e iniciam-se as reuniões com o Engenheiro/Arquitecto, para o desenho inicial da casa. O cliente pede uma sala com 40m2, 1 suite com 30m2 e os restantes quartos com 25m2, o Engenheiro toma notas e faz o primeiro desenho, que é aceite pelo cliente.
Definido assim o orçamento, o prazo, o desenho e a mão de obra, segue-se a fase seguinte, o desenvolvimento (construção).
Fase 2 : Construção
Devido à necessidade de redução de custos, o Engenheiro divide o seu tempo entre esta obra e uma outra.
Foram contratados 3 imigrantes de Leste e um toxico-dependente, para os lugares de trolha a recibos verdes, sendo o chefe de obra e os dois pedreiros elementos dos quadros da construtora.
Ao fim de 3 meses, a casa está de pé (algumas paredes estão ligeiramente tortas devido à inexperiência dos trolhas, mas nada de grave). O cliente vem ver como está a casa e a primeira coisa em que repara é na falta da lareira.
O Engenheiro argumenta que nunca se falou em lareira, o cliente argumenta que estava implicito numa casa daquele preço.
Faz-se a alteração do projecto para incluir a lareira, tal obriga a desmantelar o telhado e a destruir uma das paredes, de forma a que se possa colocar uma chaminé e a lareira em si.
O projecto atrasa-se 2 semanas...
Ao fim de 5 meses, o cliente volta a visitar a obra, a lareira está no sitio, o chão de pedra está colocado e os quartos estão prontos. O cliente reclama que o chão não é de madeira, mas sim de pedra. Quer chão em madeira, pelo preço que pagou, é mais do que justo.
O Engenheiro argumenta que nunca se falou em chão de madeira, além do mais, está fora de questão chão de madeira junto à lareira. Após intensa discussão, fica assente que a sala e a cozinha continuam com chão de pedra, mas os quartos passam a chão de madeira.
Levanta-se o chão de todos os quartos e o projecto atrasa-se mais 2 semanas.
Ao fim de 7 meses, a casa é dada como concluída, o cliente vem inspeccionar a mesma e começa a experimentar a mesma, abre as torneiras, as portas, inspecciona o chão.
Duas portas riscam o chão ao abrir, dado estarem tortas (culpa dos trolhas de leste), a torneira não funciona porque o toxico dependente, não retirou o lixo do interior dos canos, quando os mesmos foram colocados.
A parede da cozinha tem de ser picada para substituir os canos, duas paredes têm de ser reconstruídas por causa das portas, o projecto atrasa-se mais um mês.
Fase 3 : Entrega/Testes de habitabilidade
Ao fim de 8 meses, o cliente muda-se. Nas primeiras chuvadas, a sala fica inundada, porque o tecto não tinha sido planeado tendo em conta a lareira, a água passa para os quartos, onde o chão de madeira incha e levanta, dado não ter sido tratado.
O cliente que só pagou 30% ainda, diz que só paga o resto depois dos problemas resolvidos e após algumas alterações que entretanto a sua mulher sugeriu, tais como janelas maiores e uma porta de entrada dupla, a banheira da suite, deverá passar a Jacuzzi...
Volvidos 18 meses, a lista de alterações e reparações à casa, termina finalmente.
O cliente reclama do tempo que levou a construir uma simples casa e dos transtornos causados.
Decide pagar finalmente os restantes 70% e diz à boca cheia que não gostou da atitude da empresa.
Tenho um problema com a minha impressora (poderá colocar-se aqui, qualquer outra coisa relacionada com a informática em geral), achas que podes ver o que se passa?
Por outro lado, temos o próprio trabalho em si, que nos leva à loucura...
Ora bem, para poder explicar como se processa o desenvolvimento de uma aplicação, na típica empresa informática, decidi fazer a analogia com a construção civil. Assim, em vez de software, vamos fazer de conta que estamos a construir uma pequena habitação familiar.
Fase 1 : Análise de requisitos e definição do orçamento.
Nesta fase, o cliente reune-se com o fornecedor e diz o que pretende. Neste exemplo, vamos assumir o seguinte diálogo:
Cliente : Quero uma casa com 4 quartos, uma sala de estar, cozinha e duas casas de banho.
Empresa : Muito bem, precisamos de 1 arquitecto para o desenho, 1 engenheiro para a estrutura, 1 chefe de obra, 6 pedreiros experientes e 2 trolhas. Fica-lhe em 200.000€ e demora 8 meses.
Cliente : Oito meses? Tem de estar pronto em seis, porque preciso de me mudar e duzentos mil??? Nem pensar, vou a outro lado, como é que justifica tanto dinheiro?
Empresa : Bem, podemos tentar diminuir os custos, eu vou falar na empresa e já lhe digo qualquer coisa.
Empresa : Epá, precisamos de reduzir os custos duma casa de 5 assoalhadas, não podemos cortar no pessoal?
Gestor : Humm, fazemos assim, o engenheiro faz o desenho e a estrutura, colocamos um chefe de obra, 2 pedreiros experientes e contratamos por fora 4 trolhas, assim reduzimos para 150.000€.
O cliente aceita e iniciam-se as reuniões com o Engenheiro/Arquitecto, para o desenho inicial da casa. O cliente pede uma sala com 40m2, 1 suite com 30m2 e os restantes quartos com 25m2, o Engenheiro toma notas e faz o primeiro desenho, que é aceite pelo cliente.
Definido assim o orçamento, o prazo, o desenho e a mão de obra, segue-se a fase seguinte, o desenvolvimento (construção).
Fase 2 : Construção
Devido à necessidade de redução de custos, o Engenheiro divide o seu tempo entre esta obra e uma outra.
Foram contratados 3 imigrantes de Leste e um toxico-dependente, para os lugares de trolha a recibos verdes, sendo o chefe de obra e os dois pedreiros elementos dos quadros da construtora.
Ao fim de 3 meses, a casa está de pé (algumas paredes estão ligeiramente tortas devido à inexperiência dos trolhas, mas nada de grave). O cliente vem ver como está a casa e a primeira coisa em que repara é na falta da lareira.
O Engenheiro argumenta que nunca se falou em lareira, o cliente argumenta que estava implicito numa casa daquele preço.
Faz-se a alteração do projecto para incluir a lareira, tal obriga a desmantelar o telhado e a destruir uma das paredes, de forma a que se possa colocar uma chaminé e a lareira em si.
O projecto atrasa-se 2 semanas...
Ao fim de 5 meses, o cliente volta a visitar a obra, a lareira está no sitio, o chão de pedra está colocado e os quartos estão prontos. O cliente reclama que o chão não é de madeira, mas sim de pedra. Quer chão em madeira, pelo preço que pagou, é mais do que justo.
O Engenheiro argumenta que nunca se falou em chão de madeira, além do mais, está fora de questão chão de madeira junto à lareira. Após intensa discussão, fica assente que a sala e a cozinha continuam com chão de pedra, mas os quartos passam a chão de madeira.
Levanta-se o chão de todos os quartos e o projecto atrasa-se mais 2 semanas.
Ao fim de 7 meses, a casa é dada como concluída, o cliente vem inspeccionar a mesma e começa a experimentar a mesma, abre as torneiras, as portas, inspecciona o chão.
Duas portas riscam o chão ao abrir, dado estarem tortas (culpa dos trolhas de leste), a torneira não funciona porque o toxico dependente, não retirou o lixo do interior dos canos, quando os mesmos foram colocados.
A parede da cozinha tem de ser picada para substituir os canos, duas paredes têm de ser reconstruídas por causa das portas, o projecto atrasa-se mais um mês.
Fase 3 : Entrega/Testes de habitabilidade
Ao fim de 8 meses, o cliente muda-se. Nas primeiras chuvadas, a sala fica inundada, porque o tecto não tinha sido planeado tendo em conta a lareira, a água passa para os quartos, onde o chão de madeira incha e levanta, dado não ter sido tratado.
O cliente que só pagou 30% ainda, diz que só paga o resto depois dos problemas resolvidos e após algumas alterações que entretanto a sua mulher sugeriu, tais como janelas maiores e uma porta de entrada dupla, a banheira da suite, deverá passar a Jacuzzi...
Volvidos 18 meses, a lista de alterações e reparações à casa, termina finalmente.
O cliente reclama do tempo que levou a construir uma simples casa e dos transtornos causados.
Decide pagar finalmente os restantes 70% e diz à boca cheia que não gostou da atitude da empresa.
3 comentários:
Só há um comentário possível...
LOL!!! :-)
Se a construcção da minha casa tivesse sido assim acho que teria entrado em depressão!! LOL!!
Nem mais...
Infelizmente eh assim!
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